Hidratação na gestação
Com o calor do verão aumenta-se a necessidade de mulheres grávidas e as que estão amamentando de consumir maior quantidade de água para evitar a desidratação. A pressão arterial também tende a aumentar, podendo ocasionar dores de cabeça, tonturas e dificultar o retorno venoso, o que pode resultar em inchaços e edemas, principalmente nos pés e pernas.
Dessa forma, a gestante deve tentar ingerir em torno de 2 litros de água por dia, dependendo do seu peso corporal. Além disso, a água vai ajudar na eliminação de toxinas, o que diminui o risco de infecções urinárias.
No final da gestação pode ficar mais difícil a ingesta de muita água pelo aumento do útero e compressão do estômago, por isso a dica é evitar ingerir água junto com as refeições!!
Sucos naturais, leite e água de coco estão entre as bebidas benéficas para as futuras mamães. Alguns líquidos, porém, não tão amigos das gestantes, entre eles os que contenham cafeína (chás, bebidas gaseificadas e café) e bebidas alcoólicas. Ingerir mais do que duas xícaras pequenas ao dia pode causar agitação e taquicardia na mãe e no feto. Os chás recomendados para consumo são de Camomila, Erva-cidreira, Capim Limão e Hortelã. Os chás preto e verde devem ser cortados. O primeiro por concentrar muita cafeína, e o verde por inibir a ação do ácido fólico, essencial para a formação do sistema nervoso do bebê.
Os alimentos campeões da hidratação:
- Alface – 95%
- Tomate – 94%
- Melancia – 92%
- Couve-flor – 92%
- Melão – 90%
- Abacaxi – 87%
- Laranja – 87%
- Goiaba – 86%
- Maçã – 83%
- Pera – 80%
O consumo de água também ajuda na amamentação. O leite materno é composto por 87% de água; por isso a importância da mãe consumir água todos os dias.
Além disso, faz muito bem para a pele e ajuda a prevenir o aparecimento das estrias durante a gravidez.
Hidratação materna e oligoâmnio (líquido amniótico diminuído) – Nos casos de oligoidrâmnio isolado em que o parto não é indicado, a hidratação oral com um a dois litros de água pode aumentar transitoriamente o volume do líquido amniótico e pode ter algum benefício, principalmente em pacientes hipovolêmicos. Essa abordagem é mais fácil e segura do que a administração de fluidos intravenosos ou amnioinfusão. A hidratação com água parece reduzir a osmolalidade plasmática materna e a concentração de sódio, resultando em fluxo de água materno-fetal impulsionado osmoticamente; também melhora a perfusão uteroplacentária.
Uma revisão sistemática de 2015 e meta-análise da eficácia das estratégias de hidratação materna para melhorar o volume do líquido amniótico descobriram que a hidratação materna foi mais eficaz em gestações com oligoidrâmnio isolado e que as soluções hipotônicas foram mais eficazes do que os fluidos isotônicos. Não ficou claro se a hidratação materna melhorou o desfecho clínico em gestações com oligoidrâmnio isolado, devido à heterogeneidade na seleção de pacientes, critérios de diagnóstico ultrassonográfico, protocolos de hidratação e avaliação de resultados.
Um estudo prospectivo não incluído na análise forneceu um exemplo do efeito potencial da hidratação materna. Neste estudo, 10 mulheres com oligoidrâmnio de terceiro trimestre (índice de líquido amniótico <5 cm) e 10 mulheres com volume de líquido amniótico normal foram solicitadas a consumir dois litros de água durante duas horas. Em mulheres com oligoidrâmnio, a hidratação aumentou o ILA em 3,2 cm m média (IC 95% 1,1-5,3), mas não teve efeito sobre o ILA em mulheres com volume de líquido amniótico normal.
Fonte: Uptodate
Dra Carolina Pacheco Silva Muniz – CRM 24037 – RQE 23853/23918